Sem emprego, jornalista vira balconista e fala sobre preconceito: ‘Difícil tomar essa decisão’Sem emprego, jornalista vira balconista e fala sobre preconceito: ‘Difícil tomar essa decisão’

Sem emprego, jornalista vira balconista e fala sobre preconceito: ‘Difícil tomar essa decisão’Sem emprego, jornalista vira balconista e fala sobre preconceito: ‘Difícil tomar essa decisão’

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O depoimento de uma jornalista de 28 anos falando sobre o preconceito com algumas profissões e sobre a falta de oportunidades na área que escolheu para trabalhar está fazendo sucesso em todo o Brasil.

Beatriz Domingues Franco tem 28 anos, é jornalista, fluente em inglês e espanhol e sempre trabalhou na área de comunicação, com experiência em jornais impressos e assessorias de imprensa. Mas, depois de perder o emprego em São Paulo, Beatriz voltou para a casa dos pais, em Santos, litoral do estado, e começou a trabalhar como freelancer, dar aulas de idiomas e traduzir textos.

A crise apertou ainda mais e ela acabou perdendo também esses freelancers. “Os clientes começaram a não ter mais dinheiro e passaram a não chamar mais para fazer traduções”.

“Achei que seria um problema comigo e fui atrás pra ver com outros profissionais. Percebi que o mercado não estava mais dando certo. Se estava difícil antes, ficou pior ainda”, conta ela.

Novos rumos
Depois de quatro meses desempregada, Beatriz viu surgir a oportunidade de trabalhar como balconista na loja de uma amiga. “A gente sempre fica pensando que vai melhorar e nunca melhorava. Isso já estava me fazendo muito mal. Daí, uma amiga veio me pedir ajuda para encontrar alguma atendente para a loja de doces dela e veio a ideia de eu mesma me oferecer. Eu sei lidar com as pessoas, conheço e confio nos produtos dela, poderia ser uma alternativa. Ela gostou da ideia”, explicou ao G1 Santos.

A jovem começou a trabalhar na loja de doces quatro vezes por semana e continuou dando aulas de inglês particulares. Depois de começar o novo trabalho, Beatriz refletiu sobre a mudança na carreira e percebeu que era preconceituosa, assim como muitas pessoas que enxergavam certas funções com um “ar de superioridade”.

Foto: Arquivo Pessoal/Beatriz Franco