Uma reportagem que vale a pena ser compartilhada

Uma reportagem que vale a pena ser compartilhada

Chamados de bons samaritanos pelo blog, Folha de Pernambuco. A notícia se tornou uma das mais acessadas pelos leitores fiéis do site.

No colo dos freis da foto, uma mulher em aparente surto psicótico foi levada para uma calçada à sombra e acolhida até se restabelecer. Antes, contudo, dezenas de pessoas passaram pelo local, indiferentes em vários níveis às súplicas, aos espasmos e até ao busto despido.

“Não há ato de heroísmo em amparar alguém. Esse deve ser o cotidiano. O que deveria ser comum se tornou extraordinário”, opinou um dos que ajudaram a mulher, o frei Servo do Amor Chagado, 32.

“As pessoas têm esquecido do que são feitas. Muitas têm preconceito ou medo de ajudar o outro. Acho que aprender a ser humano é um passo que não está sendo dado. A sociedade é feita hoje por robôs, em sua maioria. Não sabem a última vez que abraçaram os membros da família ou olharam em seus olhos verdadeiramente. Mas estão se comunicando freneticamente com alguém distante pelo Whatsapp.”

Apesar de atual, a dificuldade de olhar para o outro não é nova e parece inerente ao humano. Tanto, que é justamente sobre ela que trata evangelho do último domingo, a parábola milenar do Bom Samaritano. “Quem é o próximo que se deve amar? É essa pessoa que está do nosso lado. Isso não é percebido. Escolhe-se quem vai ser o próximo de acordo com a conveniência”, criticou frei Servo.

Reportagem: Paulo Trigueiro
Foto: Alfeu Tavares/Folha de Pernambuco