Demissão de Prates causa queda abrupta nas ações da Petrobras e aumento do dólar
O cenário econômico do Brasil enfrenta agitação nesta quarta-feira (15) com a notícia da demissão de Jean Paul Prates da presidência da Petrobras, que gerou uma queda expressiva nas ações da empresa e contribuiu para a alta do dólar.
O Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira (B3), abriu o dia em baixa, refletindo principalmente a forte queda nas ações da Petrobras, que despencaram mais de 9% logo no início da sessão. Essa queda brusca vem na esteira do anúncio da demissão de Prates, que ocorreu após um período de controvérsias em torno da distribuição de dividendos pela empresa.
Ao mesmo tempo, o dólar registrou um aumento em relação ao real, com os investidores ainda atentos aos rumos dos juros nos Estados Unidos e às repercussões da ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom).
Na manhã desta quarta-feira, o dólar operava em alta de 0,57%, cotado a R$ 5,1593. Esse movimento segue a tendência de queda do real observada na terça-feira, quando a moeda norte-americana fechou em baixa de 0,39%, cotada a R$ 5,1303.
Enquanto isso, o Ibovespa caía 0,97%, aos 127.273 pontos, refletindo a pressão sobre as ações da Petrobras, que tiveram uma queda de 9,32% para as ações ordinárias e 7,98% para as preferenciais.
A demissão de Prates da presidência da Petrobras foi uma decisão tomada pelo presidente Lula após uma série de desentendimentos, especialmente relacionados à distribuição de dividendos extras pela empresa. Prates, ao deixar o cargo, citou “intrigas palacianas” como motivo para sua saída, afirmando que não estava conseguindo entregar os resultados esperados pelo governo.
Essa decisão surpreendeu o mercado, que esperava que os conflitos entre Prates e o governo tivessem sido resolvidos. Frederico Nobre, da Warren Investimentos, classificou a notícia como negativa, enquanto Phil Soares, da Órama, adotou uma visão mais moderada, considerando a indicação de Magda Chambriard como uma escolha adequada.
Além das questões internas, os investidores também estão de olho nos rumos da política monetária, tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos, o que tem contribuído para a volatilidade nos mercados financeiros globais.