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Dia do jornalista: lembrando os profissionais perseguidos e torturados por resistência à ditadura militar

Neste domingo, 7 de abril, enquanto celebramos o Dia do Jornalista, é crucial refletir sobre os valentes profissionais que lutaram contra a opressão e a censura durante a ditadura militar no Brasil, entre os anos de 1964 e 1985.

Entre os nomes que merecem ser lembrados está Vladimir Herzog, cujo sacrifício simboliza a luta pela liberdade de expressão. No entanto, Herzog não está sozinho nessa lista de heróis. Jornalistas como Djalma Carvalho Maranhão, Ieda Santos Delgado, Jane Vanini, Luiz Eduardo da Rocha Merlino, Luiz Inácio Maranhão Filho, Orlando da Silva Rosa Bonfim Júnior e Wânio José de Mattos também deram suas vidas em prol da verdade e da justiça.

A Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) destaca a importância desses profissionais na resistência contra o regime militar. Célio Martins, vice-presidente da Fenaj, ressalta que o trabalho desses jornalistas foi fundamental para o fim da ditadura, ao disseminar informações cruciais para os movimentos sociais organizados.

Martins salienta que, embora o regime militar tenha tentado controlar a imprensa e silenciar os jornalistas, a resistência persistiu. Os jornalistas perseguidos, torturados e mortos, assim como aqueles que enfrentaram ameaças, desempenharam um papel vital na luta pela democracia.

Um dos casos mais emblemáticos é o de Vladimir Herzog, diretor de jornalismo da TV Cultura de São Paulo, que foi brutalmente torturado até a morte em 1975. Sua esposa, Clarice Herzog, também sofreu perseguição por denunciar o crime.

Além dos casos conhecidos, a Comissão da Verdade do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo identificou 25 jornalistas assassinados durante o período da ditadura, com centenas de outros sendo perseguidos, presos e torturados.

Moacyr Oliveira Filho, diretor de jornalismo da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), relembra os momentos sombrios da censura e da perseguição aos jornalistas, que enfrentaram desde prisões e torturas até a negação de credenciais para cobrir eventos importantes.

Apesar das dificuldades enfrentadas, atos de resistência foram registrados, como a recusa de fotógrafos em retratar o então presidente João Figueiredo. Porém, Oliveira Filho ressalta que, apesar da resistência de alguns veículos, a grande imprensa apoiou o golpe.

À medida que comemoramos o Dia do Jornalista, é crucial lembrar do legado desses profissionais e continuar lutando pela verdade e pela justiça. A memória desses heróis deve servir como um lembrete constante de que nunca devemos esquecer os horrores da ditadura militar, para que tais atrocidades jamais se repitam em nossa história.

O Dia do Jornalista foi instituído em homenagem a Giovanni Battista Líbero Badaró, médico e jornalista assassinado em 1830. É um dia para honrar não apenas os jornalistas caídos, mas também todos aqueles que continuam a lutar pela liberdade de imprensa e pela justiça em nosso país.

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